Menos lembrados que os conterrâneos Belle and Sebastian e Mogwai, os Delgados são tão ou mais importantes para a cena indie escocesa dos anos 90 que seus citados pares, porque além dos discos que lançaram e dos shows que fizeram enquanto estiveram em atividade, ajudaram a impulsionar o rolê alternativo em Glasgow com seu selo Chemikal Underground, que além dos trampos da própria banda também pôs no mercado, entre outros, os primeiros registros de Arab Strap, Bis e do próprio Mogwai (o clássico Young team).

O quarteto surgiu em 1994, e se foi na virada do século que obtiveram maior reconhecimento com um som mais polido, rico em texturas e, usando uma palavra que não me agrada muito, complexo (vide The great eastern, do ano 2000), é justamente o início de sua carreira que mais gosto, quando ainda eram mais ruidosos, lo-fi e menos ‘sofisticados’ hahaha. Por essas e outras o álbum que roda agora em nossa vitrola virtual é o primeiro deles, Domestiques, de 97.

Rock de guitarras simples e sem muitas invencionices são a base das 14 músicas aqui presentes, divididas em enxutos 40 minutos. Há momentos mais tranquilos como “Leaning on a came” e “Smaller mammals”, mas a pegada do disco (aos meus ouvidos, claro) é o equilíbrio entre o punch e a leseira à Pavement) – pra usar uma referência ianque contemporânea a eles – com a vantagem de ter Emma Pollock pra dividir os vocais com Alun Woodward, uma das marcas d’água dos Delgados.

Ditas estas poucas palavras, aumente o volume e relembre comigo este pequeno clássico perdido do indie rock noventista ❤️

 


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