À partir da segunda metade da década de 1970, em especial nos seus últimos anos, a cidade de Athens se tornou um dos tantos epicentros musicais dos EUA. Tendo como ponto-chave a secular Universidade da Georgia, sua efervescente cena cultural revelou bandas como B-52’s, Pylon e R.E.M., pra citar apenas as mais conhecidas, mas não é sobre nenhuma delas que falaremos hoje. Ao menos não diretamente.

Comecinho dos anos 80, os jovens estudantes Linda Hopper e Michael Stipe se conhecem durante aulas de design, se tornam amigos e num piscar de olhos se envolvem com o povo da música que circulava pelo campus da UGA, rolê no qual também estava a irmã de Michael, Lynda. Os três se juntaram a alguns amigos e assim surgia o Tanzplagen, mas também não é sobre ele que falaremos hoje.

Porque alguns meses após nascer, o projeto morreu, e assim o irmão mais velho da família Stipe seguiria seu rumo com outros parceiros num certo grupo chamado R.E.M., mas Linda e Lynda (hahaha) decidiram continuar tocando juntas, e aí finalmente chegamos no assunto de hoje. Senhoras e senhores, com vocês o Oh-OK.

Como muitos conterrâneos e contemporâneos, a banda das lindas (agora chega hahaha) teve vida curta e poucos registros, mais exatamente dois disquinhos: Wow mini album (1982) e Furthermore what (produzido por Michael, lançado em 1983), respectivamente 7 e 12 polegadas (pros mais jovens, essas era as medidas de singles e EPs), totalizando dez canções; junte aí 13 músicas gravadas ao vivo e temos tudo do Oh-OK. É pouco? Sim, é pouco. E por que merecem atenção? Porque são do caralho, ora bolas.

Em junho de 2002 saiu pela Collector’s Choice Music uma compilação dessas 23 canções do grupo, incluindo as versões da banda para “Sunday Morning” (do Velvet) e para o melô do fa fa fa fa, aka “Psycho killer”, dos Talking Heads. Infelizmente essa coletânea não está disponível para audição, mas encontrei uma versão redux lançada em 2011 – e depois em 2021 – pela HHBTM Records, lá de Athens, com 5 músicas ao vivo a menos mas com os dois EPs na íntegra, e é isso que realmente importa.

Tão dançante quanto a do B-52’s e tão jangle quanto a do R.E.M., a música do Oh-OK sempre teve à frente o baixo de Stipe e a voz de Hopper, mas é nítido que em Furthermore what a entrada do então desconhecido guitarrista local Matthew Sweet deu uma engrossada no caldo da banda, que se separou em 1984. Cada um seguiu então seu caminho: Sweet se tornou ‘o’ Matthew Sweet, Lynda Stipe montou o Hetch Hetchy e depois – até onde sei – fez algumas participações em canções do irmão no R.E.M. e Linda Hopper após montar o Holiday e lançar com eles um único EP se mudou para Atlanta, onde conheceu Ruthie Morris para juntas formarem o querido Magnapop que em 1994 deu à luz um dos discos da minha vida, produzido por Bob Mould, de quem era amiga desde a época do Oh-OK, a razão de ser deste pequeno texto e que você escuta logo abaixo.

Essencial!

 

 

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Ou no Spotifuck

 

 


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