Não são poucos os discos feitos de um coração partido. Desde que o mundo é mundo, finais de relacionamentos são combustível criativo – e dolorido – para a composição de álbuns; alguns deles já passaram por aqui (Sea changes, de Beck e Loud planes fly low, do ex-casal Rosebuds por exemplo), e se 1999 viu Damon Albarn descobrir a traição de Justine Frischmann através de uma mordida no traseiro (ui) dada por Brett Anderson e assim escrever as canções de 13, também viu Darren Hayman transformar sua dor de cotovelo no segundo disco do Hefner, The fidelity wars.

E este talvez seja o primeiro caso em que um trabalho feito num momento tão fodido tenha alçado seu criador a vôos mais altos do que havia experimentado até então. Porque com este álbum o Hefner saiu dos guetos indie – onde já era bem conhecido – e os levou ao topo das paradas de rock independente da época e ao louvor da crítica especializada (não que isso signifique algo DE VERDADE), emplacando temas comuns a quem já viveu essa delicada situação (os ‘hinos’ ao cigarro e ao álcool) e ajudando a nau dos desafortunados a afundar de vez com canções como “The weight of the stars” e “I love you only”, que encerra o disco com direito a um certo humor ácido que o percorre por inteiro e uns scratches fora da curva muito bem colocados na história contada por Hayman.

Hayman que aliás seguiu em frente após o final do Hefner e segue na ativa até hoje (seu último álbum é do ano passado), provando que superou a separação com a ex-banda. Agora, se superou
o coração partido que o fez compôr The fidelity wars, nunca saberemos.

PS: A versão do álbum no link abaixo é recheada com extras, pra extender ao máximo a dor de cotovelo.

 


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