Se o mundo fosse um lugar justo o Black Merda estaria ao lado de Sly and The Family Stone e outros como grandes representantes da música negra que no começo dos 70’s fundiu rock, blues, soul, funk e a porra toda para criar algo efervescente, chapado e cheio de consciência política.
A banda nasceu em Detroit das cinzas do Soul Agents – a quem são creditadas algumas de suas canções – e em 1970 lançou o primeiro e homônimo disco (saiu via Chess, ‘aquele selo’ que teve a história contada no filme Cadillac Records), com 11 pedradas distribuídas em 35 minutos onde se ouve tudo que citei no parágrafo anterior.
Racismo, violência, abismos sócio-culturais e outros temas que até hoje permeiam a vida dos fodidos são narrados sobre bases rítmicas cheias de groove, sentimento e psicodelia, aprendidas em grande parte nas aulas de um certo professor Hendrix e que depois influenciariam uma porção de outros artistas.
Em 71 veio o segundo álbum e depois os caras sumiram do mapa até os anos 2000, quando se reuniram para tocar e gravar novamente, mas aí é história pra outro dia. Ah, e o ‘merda’ do nome da banda é uma gíria pra ‘murder’.
Ouça o debute do Black Merda, a auto-intitulada primeira banda de rock totalmente negra da história. Se são ou não, pouco importa.
Essencial!