Em 1991 eu era um moleque de 15 anos e um mundo de descobertas musicais explodia ao mesmo tempo ao meu redor e dentro de mim, num caldeirão sem fundo que fervilhava sem parar.
Em meio a essa enorme confusão vi nascer e crescer uma coisa chamada grunge, uma cena que englobava um sem número de bandas diferentes, mais ou menos reunidas sob o mesmo rótulo pela proximidade geográfica. Alice in Chains, Nirvana, Pearl Jam, Mudhoney, Screaming Trees, Soundgarden…ah, o Soundgarden.
Ouvi Badmotorfinger (de 91) e Superunknown (de 94) à exaustão, e hoje, 18 de maio, acordo com a notícia do suicídio de Chris Cornell. Outro dos meus heróis da adolescência escolheu tirar a própria vida; assim como Kurt, assim como Layne, assim como Ian – que também se enforcou há 37 anos atrás – ele desistiu. Sabe-se lá porque, simplesmente desistiu.
Não tem sido um dia fácil. Fui desenterrando e ouvindo canções, percebendo o quanto a voz de Chris me acompanha durante todos esses anos, com o Soundgarden, mais recentemente com o Audioslave e solo, mas porra, há 26 anos houve o Temple of The Dog e “Hunger strike”. Por essa música pra tocar hoje fez emergir tanta coisa, um jorro de emoções que se misturaram à tristeza pela morte dele, me deixando meio que sem chão, num grande vazio. A mesma sensação de 94 e 2002, mais uma vez.
Descanse em paz, Chris 😦