Em 2010 o selo londrino Angular Recordings pôs no mercado uma coletânea essencial chamada Cold waves + minimal electronics que em 17 faixas divididas em dois vinis leva o ouvinte a um mergulho na crua e fria música eletrônica do começo dos anos 80.

A compilação foi feita pelo DJ Pieter Schoolwerth, fundador da Wierd Records, gravadora com base no Brooklyn, ao lado de Joe Daniel, dono da já citada – e hoje infelizmente inoperante – Angular.

Esqueça o colorido da contemporânea new wave ou os excessos do synth pop, o lance aqui é cavernoso e, como já anuncia o título, gelado e minimalista. Drum machines, sequenciadores e sintetizadores, hoje praticamente sinônimos de música ‘festiva’, aqui dão continuidade aos caminhos distópicos do pós-punk, servindo como novas ferramentas musicais para expor o lado sombrio da alma humana.

Alguns nomes presentes na compilação são verdadeiros clássicos dos porões, como Opera Multisteel, Ruth e os preferidos da casa Neon Judgment, e de uma forma geral pode-se afirmar que todos são herdeiros – direta ou indiretamente – de Kraftwerk e Suicide. Além disso, há também em Cold waves + minimal electronics muito do que viria a se tornar a música eletrônica para pistas feita nas décadas seguintes, como techno, electro e breakbeat.

Ouça alto!

 

 


2 respostas para “VA – Cold Waves + Minimal Electronics, Vol. 1 (2010)”.

  1. […] com apenas três faixas, o disquinho resume perfeitamente o que é a sonoridade do duo e dessa onda eletrônica europeia dos anos 80. Tanto a faixa-título quanto “Bad boys” cabem numa pista de dança trevosa mas […]

  2. […] Se em Regular guys, segundo álbum dos metrônomos lançado em 85, o som mais pop e ‘colorido’ dos sintetizadores dá as caras (fruto da época, indubitavelmente), nos disquinhos de 7 polegadas que saíram em 1980 (Saturday night/sunday morning e A circuit like me) e no debute Multiple choice (de 1981) a pegada é bem menos animada (risos) e mais voltada ao som congelante que se fazia em outras paragens à mesma época. […]

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