Numa daquelas intrigantes sinapses realizadas pela massa cinzenta cheguei hoje ao O’Seis. Começou no pós-almoço, a caminho da escola do meu filho, ouvindo a fase psicodélica dos Beatles, no carro. Do Sargento Pimenta acabei passando a “Hard days night”, sabe-se lá porque, e de repente já estava ouvindo o segundo disco d’Os Mutantes, e entre “Dia 36” e “Algo mais” me lembrei d’O Seis.

Os tais seis, pra quem não sabe, são os irmãos Arnaldo e Sérgio (Dias) Baptista, Rita Lee, Raphael Villardi, Mogguy e Pastura. Dos três últimos talvez você nunca tenha ouvido falar, mas os três primeiros com certeza você sabe quem são.

O’Seis nada mais é que o embrião do que se tornariam Os Mutantes, a coisa mais sensacional saída de terras brasileiras em direção ao universo. Suicida/Apocalipse é o primeiro e único compacto da banda paulistana, e também o primeiro registro da união entre os irmãos Baptista e a musa Rita.

Musicalmente ainda está longe das experimentações alucinadas que marcariam os trabalhos dos Mutantes (muito embora os instrumentos e toda parafernália do grupo tenham sido construídos pelo genial CCDB, o Cláudio César, irmão mais velho da família Dias Baptista), mas as letras já mostram o sarcasmo, a acidez e o humor típicos dos reis da lisergia tupiniquim.

Ao que me consta só foram prensadas 500 cópias de Suicida/Apocalipse, então ouça por aqui caso também não tenha a pepita de acetato em casa.


3 respostas para “O’Seis – Suicida/Apocalipse (1966)”.

  1. […] ao lado dos irmãos  Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Com o grupo, Rita lançou os discos O’Seis (nesta época o grupo tinha este nome) um compacto que continha duas músicas, em 1966. O segundo […]

  2. […] Bridges, no blog Pequenos Clássicos Perdidos, fala um pouco sobre a musicalidade de “Suicida”, ou melhor, do […]

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