
Calvin Johnson formou o Beat Happening no começo dos anos 80 em Olympia (Washington), e mesmo não sendo um punk como a maioria das pessoas imagina um punk (coturno, moicano, etc), o cara é, desde sempre, um dos maiores representantes do submundo roqueiro e da cultura faça você mesmo.
Primeiro porque aos 15 anos ele já era voluntário numa rádio comunitária, a KAOS, que priorizava artistas independentes e consequentemente dava suporte à cena local; segundo porque ele foi um dos escritores por trás de um certo fanzine chamado Sub/Pop, embrião do que viria a se tornar a grande Sub Pop Records; terceiro porque fundou a K Records, que distribuiu trabalhos de gente como Beck, Modest Mouse e, claro, o Beat Happening; quarto porque o cara abraçou e ajudou a fortalecer o movimento Riot Grrrl de onde sairam Sleater-Kinney e Bikini Kill; quinto porque…porque ele é foda, porra!
O primeiro e homônimo disco do BH, que se ouve por aqui agora, é um dos pilares do indie rock de baixa fidelidade. Na verdade é tão lo-fi que chega a ser tosco, mas é tão sincero, tão inocente, quase puro, que é impossível não se deixar levar por suas 23 faixas e seu ar de ‘adolescentes que pegam uns instrumentos e gravam um álbum em seu quarto’ (até porque o esquema deve ter sido esse).
Enfim, além de tudo que foi falado há a voz de Calvin Johnson. Pra que técnica, afinação e afins quando se tem amor à música?

