“Dei mais um passo na minha trajetória de destruição da MPB”. Foram essas palavras que o carioca boa praça Cadu Tenório me anunciou a chegada de Banquete, seu mais recente trabalho.
Feito em parceria com Marcio Bulk, o disco de quatro faixas segue mais ou menos esse caminho indicado por seu autor. Eu só trocaria destruição por desconstrução. Ouça abaixo:
As composições são de Bulk e diversos parceiros, os arranjos de Cadu, a produção é de ambos e a masterização é de Emygdio Costa. O resultado é um trabalho estranho, experimental, inaudível para os acomodados, instigante para os abertos ao novo.
Inspirado pelo samba-canção, Banquete traz fragmentos do gênero que se popularizou após a bossa nova, mas atrás das vozes e violões (cortesia de Alice Caymmi, Bruno Cosentino, César Lacerda, Lívia Nestrovski e Michele Leal), Cadu reconstruiu à sua maneira essa inspiração, processando barulhos e fitas cassete, sintetizando sons, manipulando elementos eletrônicos e orgânicos até chegar à destruição da MPB. Ou desconstrução da mesma.
Se você é do tipo purista, melhor passar bem longe do banquete de Cadu Tenório e Marcio Bulk. Se não, prepare-se para se refestelar.
Altamente recomendado!