Há tempos desisti de acompanhar o ritmo de lançamentos do chapa carioca Cadu Tenório. Não porque não goste do que ele produz, veja bem, sou um entusiasta das diversas experimentações que saem de sua cabeça, mas entendam: só em 2014 e assinando sem pseudônimos, Vozes – este disco de 4 faixas que aparece por aqui agora – já é seu terceiro trabalho.
Vai encarar?
Não vou me ater à história por trás do álbum (incluindo sua capa); é muita informação pro meu pobre cérebro mediano conseguir reestruturar aqui sem dar um Ctrl C + Ctrl V no texto que saiu no sempre essencial Floga-se.
Vou resumir de forma tosca: Vozes é todo construído com…vozes. Claro e óbvio, mas nem tanto, já que ao ouvir o disco se encontram pouquíssimas vozes reconhecíveis. Tudo é triturado, processado, colado com base em experimentações feitas pelo próprio Cadu (não há samples aqui) num álbum que pode ser descrito como dark ambient, ou o que o valha.
Cadu prometeu ainda um vídeo para cada uma das músicas, e o terceiro, provocante e infernal deles você confere abaixo: “Lamento”.
E reafirmo: Cadu tenório é herdeiro direto de Blixa Bargeld! Só é mais prolífico…
Se botasse mais desses loops de milésimo de segundo e uns órgãos, virava o R Plus Seven.