Mike Patton. Ta aí um nome que não sai dos ouvidos e da cabeça de quem ouve música boa nos últimos vinte e tantos anos. Se duvida, acompanhe.
O sujeito surgiu para o mundo como o insano vocalista do Faith No More, o que por si só já valeria uma estrela na calçada da fama; mas antes disso ele já cantava no também essencial Mr. Bungle – que aliás foi onde o FNM o descobriu. E não é só: Fantômas, Loveage, Peeping Tom, Trotsky Icepick, Kaada & Patton, Dillinger Escape Plan, colaborações com Sepultura, Kronos Quartet, cinema, vídeo games, a Ipecac…e claro, a bola da vez aqui no PCP, o Tomahawk.
A banda, que foi formada quando o Faith No More saia para longas férias, acaba de lançar seu quarto álbum – via Ipecac, claro – chamado Oddfellows.
Da formação original, que além de Patton trazia Duane Denison (Jesus Lizard), John Stanier (Helmet) e Kevin Rutmanis (Melvins), apenas o último não marca presença em Oddfellows; em seu lugar, Trevor Dunn, baixista do Mr. Bungle.
Diferente de Anonymous, último trabalho dos caras lançado há seis anos, este novo álbum do Tomahawk não é conceitual e por isso pode ser considerado um retorno ao que a banda fazia lá no início da década passada, entre Tomahawk (2001) e Mit gas (2003).
Isso significa 13 faixas dividas em 40 minutos de algo que pode ser chamado de metal torto, experimental ou o que o valha. Porque há flertes com o jazz (“Rise up dirty waters”), com o que Mike Patton fazia ao lado de Automator no Loveage (a primeira metade de “I.O.U”) e com o simplesmente inclassificável (“I can almost see them”). E há metal, deformado, retorcido…melhorado.
Pode parecer exagero, mas praticamente tudo que se fez com o rock pesado nos últimos 20, 25 anos – leia-se o período pós-farofa do hard rock – passa necessariamente por Mike Patton. Desde o Helmet e o nu-metal até o Queens of The Stone Age, todo mundo bebeu da fonte do cara e suas bandas (especialmente o Bungle e o FNM).
E ouvindo Oddfellows fica claro que Patton ainda mantém a forma como cantor e compositor e que o Tomahawk é a banda perfeita para dar forma ao tipo de música que ele ajudou a criar/modificar tantos anos atrás.
No mais, resta apenas aconselhar às rádios ‘rock’ – tradicionais ou web – que abram os ouvidos e incluam “Stone letter” em sua programação.
Recomendado!