
2012 marca, infelizmente, os 10 anos da morte precoce de Layne Staley. O ex-vocalista do Alice in Chains, como é sabido por todos, era viciado em heroína, e uma overdose da brown sugar acabou por levá-lo embora deste plano sabe-se lá para onde.
Mas 2012 marca também o aniversário de 20 anos do segundo álbum do AIC, a pedrada na cabeça chamada Dirt.
Lançado pela Columbia em 29 de setembro de 92, Dirt sucedeu Facelift (1990) e, alavancado pelo estrondoso sucesso de Nevermind e Ten (Nirvana e Pearl Jam, ambos de 91) obteve um grande êxito comercial, sendo aclamado por público e crítica. O que é bem estranho.
Antes que alguém me crucifique, explico: Dirt, óbvio, é um disco que beira a perfeição em se tratando de rock pesado. Longe do heavy metal mirabolante e cheio de firulas dos anos oitenta, este é um disco cru, movido muito mais a energia primal que a técnica, tanto na guitarra de Jerry Cantrell quanto na cozinha formada por Mike Starr e Sean Kinney.
Mas é difícil crer que um disco guiado basicamente pelo mesmo tema faça sucesso. Ainda mais quando o tema é heroína.
O vício de Staley está presente em todas as 13 faixas do álbum, em menor ou maior grau. Os riffs pesados e não convencionais de Cantrell são como um livro onde o torturado vocalista do AIC escreve e descreve as sombrias histórias de um viciado, cheias de amargura e angústia, desorientação e uma profunda, profunda melancolia.
E ainda assim, com toda essa morbidez, Dirt foi indicado ao Grammy, esteve na parada da Billboard, rendeu um disco de platina ao Alice in Chains e uma de suas faixas, “Would?”, foi parar na trilha sonora do filme Singles. Os anos 90 definitivamente foram o máximo…
Resta saber até que ponto o sucesso ajudou a afundar ainda mais o perturbado Layne Staley no vício que dez anos mais tarde causaria sua morte. Mas isso é assunto para um outro dia, de preferência com acompanhamento psicológico.
Por hoje basta essa pequena homenagem ao vigésimo aniversário deste que é – em minha modesta opinião – o grande álbum do chamado grunge, e também seu canto do cisne.
Absolutamente essencial!

