Não é todo dia que uma pessoa comum se depara com um trabalho tão incomum quanto o segundo álbum do ensemble francês Dale Quartet & The Dictaphones, chamado Metamanoir.
Lançado em novembro último pela Denovali Records (em vinil duplo, CD e MP3), o disco é todo calcado em texturas, mas tentar explicar suas formas é como descrever o impossível.
Falando assim pode parecer exagero, mas ouvir as 09 faixas de Metamanoir é como mergulhar num oceano profundo e escuro. A desorientação, a falta de nitidez, a sensação de que os sentidos estão se esvaindo, a densidade incomensurável…
Rotulado como darkjazz, este novo álbum dos franceses pode realmente se encaixar neste termo. Dark até o último acorde e jazz na essência (pela sua falta de amarras) Metamanoir também pode carregar tags como experimental, drone, eletrônico, ambient, et cetera.
Há vocais dispersos, que quando femininos soam etéreos e quando masculinos assustadores. Há também uma verdadeira sinfonia de guitarras distorcidas ao fundo, enquanto à frente surgem esporadicamente saxofone, clarinete e oboé, num casamento estranho entre luz e trevas, relaxamento total e tensão constante.
Fantasmagórico, sombrio e por (diversas) vezes melancólico, Metamanoir é sem dúvidas um trabalho de vanguarda, indicado àqueles que não têm medo de experimentar novas e intensas sensações.
Recomendado!
Main “Hydra calm”
re: “Mnant”
re: “Alms”
David Lynch “Crazy clown time”
hã? rs
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😀