Após ganharem o Oscar pelo trabalho em The social network (A Rede social) no ano passado, Trent Reznor e Atticus Ross novamente se aventuram pelos caminhos cinematográficos assinando as 39 (!) faixas que compõem a trilha sonora de The girl with the dragon tatoo, película de David Fincher (o mesmo de A rede e do ótimo Zodíaco) que estreia agora em dezembro nos EUA.
Segundo as sinopses, a trama gira em torno da investigação de um assassinato não resolvido e dos conflitos envolvendo os investigadores (Daniel Craig como jornalista e Lisbeth Salander como uma hacker/cyber punk). Para um filme sombrio, uma trilha sonora idem.
Reznor e Ross criaram aqui pequenos fragmentos obscuros interligados por fios invisíveis, com pouquíssimas batidas e muitos sintetizadores, pianos e ruídos. Resquícios de Nine Inch Nails surgem na abertura do álbum (triplo), com Karen O (do Yeah Yeah Yeahs) soltando a voz na côver de “Immigrant song” do Led Zeppellin e espalhados aqui e ali (“Pinned and mounted”, “Infiltrator”, “A thousand details”).
Sob uma visão panorâmica o disco é bem mais dark que A rede, mas guarda momentos mais inspirados, como a gelada mas bela “A pause for reflection”.
Resumindo, este é outro trabalho perturbador dos perturbados Trent Reznor e Atticus Ross. Pode chamá-lo de pós-industrial, dark ambient, experimental. É música eletrônica sombria e sem o menor vestígio de pop em suas entranhas.
Recomendado para quem não tem medo do escuro.
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