O inquieto, estranho e irrepreensível Matthew Dear lançou em 2007 o disco Asa breed. Ali o produtor já dava mostras de que o minimal techno (ou o microhouse, que seja) já não comportava mais suas ideias sobre a música – eletrônica ou orgânica.

Se o gênero se esgotou ou não, isso fica para uma próxima discussão. O lance é que Black city, novo álbum do texano (saiu em agosto pelo selo Ghostly, mesmo selo de Gold Panda) extrapola as barreiras das pistas de dança, vislumbrando novos e diferentes horizontes.

Há faixas dançantes, sim. Tortas e meio disfuncionais, é verdade, mas dançantes (“Little people (black city)” e “Soil to seed”, ambas com sangue disco nas veias). Mas a orientação geral do álbum não é, definitivamente, a pista.

Há em Black city influências de dub, de David Bowie, do segundo verão do amor, dos Talking Heads, do new beat belga… e no meio de tantas e distintas referências, Matthew Dear é o olho do furacão. Dono de uma criatividade ímpar e de muitos recursos para pôr em prática essa criatividade, o cara mais uma vez vai além do comum.

Altamente recomendado!


3 respostas para “Matthew Dear – Black City (2010)”.

  1. […] parâmetros, pode-se dizer que Nothing gold guarda certa semelhança com o último álbum de Matthew Dear e com algumas produções do estranho e bacana Prins […]

  2. […] deseja ouvir algo realmente bacana na dance music contemporânea (além dos sempre citados Joakim e Matthew Dear), pode experimentar sem medo este Six cups of […]

  3. […] (lançado via Ghostly em agosto último) é o sucessor do inclassificável Black city (de 2010), e é igualmente excêntrico, para dizer o […]

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