Nick Cave é conhecido por suas canções sofridas, torturadas, literais e por seu jeito sombrio de ser. Após o fim do Birthday Party, chamou alguns ilustres amigos (Mick Harvey, Barry Adamson, e Blixa Bargeld – do seminal Einsturzende Neubauten) para seu lado, sob o nome Bad Seeds.
Ao lado dos Seeds desde então, o ex da musa PJ Harvey já lançou uma servida porção de grandes discos, alguns mais roqueiros, outros mais sofisticados, mas todos impregnados com seu estilo boêmio e passional.
O lance é que à partir da segunda metade dos anos 2000 – talvez com o saco cheio de tudo – juntou três membros dos Seeds, chutou o balde e começou o projeto Grinderman, que lança agora em 27 de setembro, via Mute, seu segundo álbum, Grinderman 2.
Em comum com a sonoridade de seus mais de 15 discos ao lado dos Bad Seeds, há a grosso modo apenas a poderosa voz de barítono de Cave. O sabor de whisky de Murder ballads (de 96), por exemplo, foi substituído pelo da cerveja; o tom confessional deu lugar à espasmos, gritos e, apesar de ser mais limpo que seu antecessor, Grinderman 2 ainda funciona como uma válvula de escape para as pirações extra-curriculares de Cave.
Muito blues, garage rock e momentos de puro barulho regem as nove faixas do álbum. E se antes a música de Nick Cave servia como trilha sonora para conversas de balcão de bar, com o Grinderman o negócio é encher a cara e provocar alguma confusão.
Altamente recomendado!
Pingback: Grinderman – Grinderman 2 RMX (2012) « Pequenos Clássicos Perdidos