Em algum ponto nublado da primeira metade dos anos 2000 (2003, talvez) me lembro de estar no QG do Rraurl e ganhar da Gaia um CD chamado Rounds de um cara chamado Four Tet, do qual até então eu pouco tinha ouvido falar e de quem nunca havia escutado absolutamente nada.
Corta pra 2019, e cá estou eu me deliciando não ao som de Rounds, mas com Dialogue, o primeiro álbum de Kieran Hebden, o tal Four Tet que descobri há tantos anos e que desde então se tornou presença constante em meus fones de ouvido.
O que me trouxe até este disco, que completa agora 20 anos, foi algo que li na rede social azul sobre ‘música eletrônica ser tudo igual’ ou o que o valha. Século XXI e ainda tem roqueiro tosco o suficiente pra falar asneiras assim. Enfim…
Quando me deparei com esse post vários álbuns me vieram à cabeça como prova contrária, mas Dialogue saltou na frente e aqui está ele, já um jovem adulto com duas décadas de vida e com tantos elementos em sua composição ‘eletrônica’ que só seus primeiros 5 minutos já refutariam qualquer comentário simplista sobre o universo dos blips e blóins.
Jazz e tablas, cítaras e pós-rock, samples e baixo acústico, sintetizadores e trip-hop orgânico; o espectro musical de Hebden já se mostrava amplo em sua estreia como Four Tet e essa facilidade em flutuar por tantas nuances sonoras se tornaria com o passar do tempo uma de suas marcas registradas.
Ouça alto e tenha uma boa viagem!
Ou