
Electric cafe, o nono disco do Kraftwerk, começou a ser pensado em 1982 mas só ganhou vida em 1986, quando muitas das crias do grupo alemão já tinham popularizado a música das máquinas.
Os blips e blóins já não eram então estranhos e/ou desconhecidos das massas, e a demora em apresentar o sucessor de Computer world (de 1981) gerou expectativas. Todos esperavam do quarteto inovação e inspiração para o futuro da música eletrônica, mas as tais expectativas foram em grande parte frustradas com a chegada de Electric cafe. Isso, claro, para críticos, especialistas e afins.
Porque para este que vos escreve – e creio que para muitos outros – o álbum foi uma pedrada sem precedentes. Escutei-o pela primeira vez pouco tempo após seu lançamento, por volta de 1987, e o impacto foi gigantesco; era uma época de grandes descobertas musicais, e nunca antes eu havia ouvido algo tão futurista, complexo e absurdamente moderno. Era tudo sintético, parecia um filme de ficção científica ou trilha sonora de Patrulha Estelar; desde a capa até o final de seus 30 e poucos minutos era um mundo novo, e – que foda! – dava pra dançar.
Com o passar dos anos eu descobri quem eram aqueles quatro homens-robô, sua importância e seus outros discos, mas aí já estava inserido no universo que eles criaram e entender tudo foi só mais um passo. Porque o primeiro e mais importante foi dado ao som de Electric cafe.
Musique non stop!
PS: Durantes os anos de gravação e produção, Electric cafe foi chamado de Technicolor e Techno pop, e este último título batizou seu relançamento em 2009.

