Mark Lanegan é foda! Não vou gastar seu tempo fazendo aqui um perfil do sujeito, porque pra isso existe a Wikipedia, então vamos direto ao ponto: em 2012 ele lançou o ótimo álbum Blues funeral, e ao invés de passar 2013 colhendo os frutos de seu trabalho, se juntou a Duke Garwood no disco Black pudding e, como se não bastasse, resolveu emprestar seu vozeirão às canções que ouvia com os pais em sua infância, nos anos 60/70.
O resultado é o melancólico e embriagado Imitations.
lançado em setembro via Vagrant Records, este não é o primeiro álbum de côveres de Lanegan (em 1999 houve I’ll take care of you), mas devido à escolha emotiva do repertório pode-se dizer que Imitations é mais confessional.
Entre os intérpretes das doze canções reconstruídas por Lanegan e os 15 músicos que o acompanharam nas gravações estão Frank e Nancy Sinatra (“Pretty colors” e “Youn only live twice”, esta última da trilha sonora de 007); John Cale (“I’m not the loving kind”) e Andy Williams (“Solitaire”, “Lonely Street” e “Autumn Leaves”).
Além dos standards que ouvia nas reuniões de família, Mark também colocou em Imitations versões do ‘irmão sombrio’ Nick Cave (“Brompton Oratory”) e do amigo de copo – e parceiro no Gutter Twins – Greg Dulli (“Deepest Shade”, do projeto Twilight Singers).
Enfim, não tenho gabarito pra comparar (todas) as originais com suas releituras e apontar quais são melhores. Pelas faixas conhecidas – embora creia que seja assim com todas – dá pra dizer que Lanegan imprimiu nelas sua marca, tornando cada uma delas uma pequena história de uma longa noite de dor de cotovelo.
Altamente recomendado!