Para quem acompanha Kieran Hebden, ainda que de longe, Pink, novo trabalho do produtor inglês que atende por Four Tet não soa exatamente novo.
Isso porque das 8 faixas presentes no disco (lançado em agosto via Text), apenas duas – “Lion” e “Peace for earth” – são inéditas; as demais, sem exceção, saíram como singles em vinil nos últimos dois anos, também pela Text, do próprio Hebden.
“Lion”, uma das ‘novidades’ de Pink
Dadas as devidas explicações, pode-se também dizer que Pink é de longe o álbum mais voltado às pistas já lançado pelo Four Tet.
Da abertura em ritmo de dubstep com a sacolejante “Locked” ao encerramento com os beats 4X4 de “Pinnacles” (e sua linha de baixo descaradamente à Chemical Brothers), a pegada do disco é quase 100% pump it up. Quase.
A exceção à regra vem na penúltima track do álbum, “Peace for earth”, uma longa e bela viagem de 11 minutos divididos entre texturas e blips suaves e minimalistas.
“Peace for earth”, o momento ‘2001’ de Pink
Enfim, Pink não é um disco ruim, mas pode decepcionar quem esperava de Hebden as experimentações de Rounds (de 2003) ou a beleza translúcida de There is love in you. E este é o meu caso.
Por outro lado, é um álbum ímpar em se tratando pura e simplesmente de dance music. Se para você isso basta, play it loud.
A apresentação de Hebden no Sonar SP neste ano