Matthew Dear está de volta à baila no PCP com mais um trabalho sem parâmetros no universo da música eletrônica (dançante).
Beams (lançado via Ghostly em agosto último) é o sucessor do inclassificável Black city (de 2010), e é igualmente excêntrico, para dizer o mínimo.
As viagens de Dear pelos anos 70 e 80 são ainda mais profundas em Beams; aqui ele derrete e remolda – fundidos, muitas vezes – a disco music e o pós punk, unindo ritmo e experimentações, corpo e mente.
Sua voz grave e sinistra à David Bowie permanece na linha de frente das faixas, tornando-as ainda mais deslocadas e fora dos padrões da dance music e aproximando-o de…bem, de ninguém que eu conheça, na verdade (há uma música em Beams chamada “Ahead of myself”, título bem explicativo).
Não me vem à cabeça outra palavra para definir o que Dear faz que não seja desconstrução, e seria perda de tempo tentar buscar formas de explicar o que se ouve em Beams.
É um disco exótico, que exige do ouvinte mais que a simples vontade de dançar; por outro lado, não é uma obra eletrônica cabeçuda inspirada em peças de John Cage ou afins.
É, simplesmente, Matthew Dear.
Recomendado para mentes abertas!
Vocal indiscutivelmente foda e som idem… lembra um pouco o Talking Heads também
lembra muito o th mesmo!