
Antes de tudo, não confundir Floating Points com Floating Point. O primeiro é o produtor de house/dubstep Sam Shepherd, o segundo uma dupla alemã de synth pop.
Dadas as devidas explicações, vamos ao que interessa. Natural de Manchester, Shepherd além de produtor é DJ de clubes e de rádio (sim, há vida radiofônica na Inglaterra), PHD em neurociências e fundador (ao lado do DJ Alexander Nuts) do selo Eglo. Entre discotecagens ao lado de Gilles Peterson e Mary Anne Hobb (no rádio) e Four Tet e James Holden (na mesma noite de 2010, no Fabric, o cara já lançou sob a alcunha Floating Points uma porção de singles e EPs.
O mais recente deles, Shadows, é a bola da vez aqui no P.C.P.
As 05 tracks do disquinho são classudas ao extremo, refletindo em vários momentos a educação musical do inglês (que estudou música clássica e jazz). Piano esparso, aerado; prato de condução, um baixo pontual…”Myrtle avenue” é deep house à Moodymann e Trickisky, lenta e grooveada, jazzística na essência.
“Realise” e “Obfuse” são quebradas, e seguem a tendência do novo dubstep feito em Londres (ou pós-dubstep), menos secas e pesadas, mais atmosféricas e chapadas.
A house music volta à cena na suculenta “ARP3”, essa (um pouco) mais acelerada, mas também com um baita groove e um ar cool. E o círculo se fecha novamente torto e quebrado à la garage com a espacial e hipnótica “Sais”.
Para quem curte dance music (seja house, dubstep, garage, etc) bem deep e viajante, Floating Points é um nome a se prestar atenção. Entre batidas lineares e fraturadas e camadas flutuantes de jazz e ficção científica este jovem de 24 anos encontrou seu lugar.
Recomendo!
P.S: Na seção de downloads da Eglo Records dá pra baixar alguns sets de Shepherd. Uma pena o de música brasileira estar fora do ar.
