Numa noite atipicamente fria de verão paulistano, o palco do SESC Vila Mariana recebeu a carioca Bárbara Eugênia para um show da turnê de seu álbum Journal de BAD, lançado no ano passado.
Acompanhada por uma banda afiada (Junior Boca – que produziu o álbum – na guitarra, Daniel Lima no baixo, Felipe Maia na bateria e o velho conhecido do P.C.P Maurício Fleury – substituindo Dustan Gallas – nos teclados), a cantora fez uma apresentação enxuta, direta ao ponto (até porque o tempo é curto no SESC).
Cada uma das canções foi pontuada por uma simples introdução, e o clima intimista do auditório – lotado, diga-se de passagem – colaborou para que o show seguisse essa mesma linha. Bárbara conversou pouco com a plateia, mas mesmo assim se mostrou simpática, e convenhamos que ouvi-la cantando (e tocando violão/percussão) já é o suficiente.
Ao vivo as canções de Journal de BAD têm uma pegada mais roqueira. A guitarra do ‘maestro’ Junior Boca fala alto, cheia de efeitos, surpreendendo quem esperava uma apresentação mais ‘suave’, e em alguns momentos (“Drop the bombs”, por exemplo) o clima psicodélico enchia o ar).
As côveres do mestre Tom Zé (“Dor e dor”, que está no álbum) e Nancy Sinatra (“These boots are made for walkin'” – um roquezinho dos bons, segundo a própria Bárbara) foram acompanhadas das devidas homenagens, e em ambas ficou claro que a cantora radicada em São Paulo não tem medo de imprimir sua personalidade em ‘músicas dos outros’ – mesmo sendo clássicos.
E apesar de se mostrar um tanto tímida, Bárbara também demonstrou segurança durante todo o show, soltando a voz mesmo quando o barulho parecia dominar a cena. Seus discretos passinhos de dança fizeram parte da noite, que só não foi melhor pelo reduzido tempo da cantora e sua banda sobre o palco.
Mas tudo bem, da próxima vez a gente vai vê-la em algum lugar onde as pessoas assistam o show de pé. E bebendo cerveja.
1 – Ela não tem o menor problema em cantar em francês, inglês, esperanto, mandarim. Isso mostra versatilidade, em partes.
2 – Tempo curto e sem cerveja = pior que o fato de as pessoas estarem sentadas.