O PCP e o dubstep não se dão muito bem. Para quem frequenta e lê o blog, isso não é novidade.
Com exceção feita – até agora – a Burial, King Midas Sound, Meat Beat Manifesto (que já fazia dubstep antes do termo ser cunhado) e poucos outros, artistas como Kode 9 e cia. não nos agradam.
Mas como a flexibilidade faz parte da inteligência, fechar os ouvidos completamente não é uma alternativa. Ainda bem, pois assim ouvi North, debut da ex-dupla – hoje trio – Darkstar.
Mas que surpresa a minha ao ouvir este álbum! Esperando pancadas secas e graves cavernosos, encontro…qualquer outra coisa. Synthpop, talvez ambient dub ou ainda algo de experimental. Música eletrônica para relaxar.
James Young e Aiden Whalley, mais a voz de James Buttery, trazem em North dez faixas produzidas com esmero, cheias de emoções estranhamente humanas, complexas e com uma aura diferente à beça do grosso do selo Hyperdub (que lançou o álbum em 18 de outubro último).
Tirando “Aidy’s girl is a computer”, uma das antenas do dubstep no ano passado, o restante das faixas apresenta muito de Kraftwerk, Human League (com direito a cover de “Gold”) e até das esquisitices eletrônicas do Radiohead. De dubstep como o conhecíamos até então, nada.
North é pura melancolia e tristeza, cheio de momentos sublimes e delicados. Um apanhado de canções eletrônicas com alma, sentimento e muita beleza; e que certamente apontará novos caminhos para os dubsteppers mundo afora.
Recomendado!