A cada novo álbum que lança, Chaz Bundick surpreende. Adorado e odiado na mesma proporção, o lance é que o sujeito conhecido como Toro Y Moi continua se afastando da sonoridade da chamada chillwave – que ele mesmo ajudou a criar em algum verão passado, na terra do tio sam – e renovando sua música e, em partes, sua postura.
Uma das provas disso é seu último álbum, Anything in return, lançado em 22 de janeiro pela mesma Carpark que vem pondo no mercado todos seus trabalhos.
“Dance music como se tocava na Toco e na Contra Mão”
No novo disco o ex-low profile da Carolina do Sul deixa para trás a estética lo-fi, as experimentações à Stereolab e se aproxima ainda mais do r&b e outros grooves dançantes, mais ou menos como numa continuação do EP freaking out, de 2011.
Anything in return apresenta um Toro Y Moi mais desinibido e pop, e ainda mais esmerado quando se trata da produção; é de longe seu trabalho mais ambicioso e comercial.
“Começa como ‘charme’, termina como Chemical Brothers”
Há aqui um quê ou dois de Prince, de New Edition (sim) e afins, de dance music da virada dos anos 80 para os 90, hip hop, funk, r&b, (pouco) rock, house, tudo amarrado entre o eletrônico e o orgânico, com samples, sintetizadores e instrumentos – entre eles sua voz, cada vez melhor.
Resumidamente, Anything in return é um disco que (me) lembra os bailinhos de garagem da juventude, mesmo sendo assim tão moderno. Ouça-o abaixo e tire suas conclusões.
Recomendo.