
Os amigos Koen Holtkamp e Brendon Anderegg se conheceram ainda no ensino médio, e na virada do século – já no Art Institute de Chicago – começaram a experimentar com música sob o nome Mountains.
Após gravarem dois discos independentes e se mudarem de Chicago para Nova Iorque, assinaram com o selo Thrill Jockey, que lançou em 2009 o primeiro disco ‘oficial’ da dupla, Choral. Na sequência veio Air museum, em 2011, e agora em 2013 chegam a seu terceiro álbum pela mesma gravadora, o introspectivo e viajante Centralia.
Diferente dos trabalhos normalmente feitos sob o teto da ambient music, Centralia é um disco mais orgânico, ‘tradicional’, construído com poucos recursos eletrônicos ‘modernos’. Claro, há um bocado de sintetizadores, mas você não ouve os blips, blóins ou as tradicionais cascatas/camadas programadas em computadores (da ambient) nos seus 66 minutos.
Holtkamp e Anderegg parecem trabalhar mais como velhos arquitetos, desenhando à mão as estruturas de suas canções e depois gravando-as em pequenas partes até que estes fragmentos se tornem um todo.
Obviamente, este álbum – como os demais do duo – não é feito para acompanhar momentos de efusividade. Centralia pede relaxamento, imersão completa e bons fones de ouvido para que possa ser completamente absorvido e assim revelar sua força hipnótica.
Então não tenha pressa, e ao apertar o play esqueça por pouco mais de uma hora a velocidade real do mundo que o cerca; será uma experiência catártica, posso garantir.
Recomendado para fãs de Brian Eno e demais interessados em transe profundo.
