Após um show do Nine Inch Nails em 2009, Trent Reznor decidiu tirar férias de seu grupo – que não lança nada inédito desde 2008 -, mas não parou de trabalhar.
Além de assinar trilhas sonoras (“A rede social” e “Os homens que não amavam as mulheres” – ótimos livros e filmes, por sinal) o sujeito montou, ao lado da esposa – e vocalista do West Indian Girl – Mariqueen Mandig e dos parceiros Atticus Ross e Rob Sheridan, o projeto How To Destroy Angels, que lança agora em novembro seu novo trabalho, An omen EP.
É bom avisar que agora, mesmo com um contrato assinado com a major Columbia (o debute homônimo do grupo foi lançado em 2010 via Null Corporation), Reznor e cia. não aliviaram a barra nas composições das seis faixas do EP.
As bases de An omen são puro industrial, lentas, sombrias e um bocado pesadas nos graves. Não há o crossover com o metal e o punk como nas faixas mais pesadas NIN, nem tantas incursões pelos labirintos experimentais das trilhas sonoras assinadas pela dupla Trent e Atticus. O disquinho flui numa hipnose paranoica, mais ou menos como as viagens de ópio do personagem de Johnny Depp em “Do inferno”.
A voz doce de Mariqueen contrasta com a urgência dos vocais do marido, bem como com a tensão sinistra que permeia todo o EP. Mesmo quando não há batidas (“The sleep of reason produces monsters”) ou no que pode ser chamado de ‘bluegrass eletrônico’ (“Ice age”), o ar é denso e carregado de nuvens escuras, prestes a romper numa tempestade.
Esse prenúncio de dias negros casa bem com o nome do disco (“The omen” é um filme de 1976, lançado no Brasil como “A profecia”, que nara a história da ascensão do anticristo), e anuncia também a chegada de um próximo ótimo álbum do How To Destroy Angels, previsto para 2013.
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