Não é novidade para niguém que:
A) Os Flaming Lips são doidos
B) Os Flaming Lips adoram ‘reconstruir’ discos alheios
C) Os Flaming Lips têm muitos amigos, a maioria deles tão doidos quanto os próprios Lips
D) Os Flaming Lips são doidos. Mesmo.

Bem, já que nada disso é novidade, era de se esperar que mais cedo ou mais tarde Wayne Coyne e cia. iriam mexer no vespeiro que é o universo beatlemaníaco. E lá foram eles…

No ano passado os lábios flamejantes de Oklahoma se puseram a trabalhar numa homenagem a Sgt. Peppers lonely hearts club band, o segundo melhor disco dos Beatles, lançado em 1967 e que, à época e depois, deixou muita gente sem entender o que teria acontecido com os inocentes meninos de franja que cantavam “Love me do” poucos anos antes. Bem, eu, você e todos nós sabemos que os Beatles estavam então derretidos de ácido e que a consequência não poderia ser outra.

Voltando a 2014 e aos eternamente derretidos Flaming Lips: eles chamaram alguns de seus amigos freaks para reconstruir o tal álbum dos Fab Four e o resultado… herdeiros mais que legítimos da geração LSD, eles fraturaram as 13 faixas originais e as engessaram com fuzz, experimentações, ecos, vocoder, sintetizadores, gargalhadas e barulheiras diversas. O que se formou dentro desse gesso você ouve aqui:

Creio que para um fã xiita dos Beatles isso deva soar como um sacrilégio, ainda mais porque os Lips trouxeram para essa fritação lisérgica – entre muitos outros – a ex-cantora teen Hanna Montana, ops, Miley Cyrus, que aparentemente bandeou-se para o lado psicodélico da força. Imagino que não deva ser fácil para aquele cara que considera os rapazes de Liverpool intocáveis, mas enfim, ele pode ficar em sua Caverna (piada infame…).

Além de Miley, estão entre os chegados num doce J Mascis, Foxygen e mais uma porção de malucos que toparam entrar nessa trip com os Flaming Lips, sem medo das represálias.

Se você é beatlemaníaco, passe longe. Se você espera um disco de covers fiéis, passe longe. Se você não gosta de barulho, passe longe. Agora, se você é chegado numa doideira, vamos dar as mãos à Wayne Coyne e ver até onde ele pode nos levar.

Altamente recomendado!


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